Não há como negar a grande relevância que a indústria têxtil teve no mundo no decorrer dos anos, mesmo muito antes da revolução industrial.
Desde que os homens passaram a usar roupas e peles para proteger ou cobrir o corpo, esse ramo muito conhecido, é ainda hoje, um dos que apresenta maior perspectiva de desenvolvimento, bombardeando o mercado com uma inesgotável fonte de novidades, tanto na parte de tecidos e materiais, quanto no mundo fashion. E há consumo!
A arte reproduzida através de tecidos atualmente é inovadora e criativa, que existem cada vez mais escolas de design exclusivas para sua aprendizagem, e os empresários passaram a investir e valorizar muito esta indústria.
Nesse texto vamos mostrar um pouco mais a real importância da cultura têxtil, os caminhos que percorreu, as barreiras que quebrou, e como modificou o mundo.
O que é a indústria têxtil e qual é a sua importância no cenário global
Quando estávamos na escola, as aulas nos ensinaram que na época da Revolução Industrial a indústria têxtil teve seu clique, e a partir daí muitas mudanças começaram a ocorrer. É fato.
Mas antes disso, a fabricação de roupas e uniformes já era essencial para suprir o mercado e na subsistência de inúmeras famílias, que se envolviam em todo o processo, desde o manuseio dos fios, e a confecção propriamente dita das peças.
Por volta do século XVIII a indùstria têxtil passou a contar com métodos automatizados, devido a Revolução Industrial, ou seja, praticamente tudo que era manualmente fabricado, passou a ser feito através de máquinas, o que fez com que a capacidade de produção desse um salto, tornando a indústria têxtil o setor mais lucrativo na Inglaterra.
Com isso houve uma busca cada vez maior por cargos nessa área, fazendo com que camponeses migrassem para as cidades em busca de empregos e melhor qualidade de vida. Com mais gente trabalhando, mais dinheiro circulava. A necessidade de comprar itens básicos e primordiais aumentou. E assim se deu início a expansão do capitalismo.
A facilidade de exportar da Inglaterra, por sua privilegiada posição na Europa, fez com que se tornasse em pouco tempo o maior exportador têxtil do mundo.
Auxiliado pela mecanização de todos os processos, sua capacidade produtiva era maior que em qualquer outro país. Até mesmo porque a lã e o algodão eram abundantes por lá.
A novidade dos ingleses foi a criação de tecidos de algodão com estampas, o que rapidamente caiu no gosto da alta sociedade, aumentando o leque de peças produzidas, além de roupas, a parte de estofados, cortinas, mesa e banho cresceram bastante.
E a Inglaterra não se contentou em ser a maior produtora e exportadora de algodão e passou a investir na seda, material mais fino, raro e caro. Com isso surgiram novos tipos de trabalhadores, que precisavam ter maior qualificação para lidar com um material considerado superior, e de mais difícil manuseio.
Assim se deu início a um tipo diferente de relação do ser humano com o que vestiam. A criação de peças elegantes para as mulheres, um tipo de roupa especial para crianças e jovens, além da sofisticação das vestes masculinas, começaram a revolucionar o mundo da moda nessa época.
A indústria têxtil e sua evolução ao longo de tempo
Não foi só a Revolução Industrial que fez com que a indústria têxtil se tornasse tão marcante na história, apesar de ter dado o empurrão inicial necessário.
O aumento no número de trabalhadores exigido pelo aumento do consumo gerou uma série de crises, já que os salários pagos eram muito baixos, e consequentemente a qualidade de vida dos trabalhadores era bem ruim.
Principalmente em se tratando de funcionárias mulheres e de crianças, que buscavam o sustento familiar trabalhando em indústrias de tecidos e tinham que suportar cargas horárias pesadíssimas, condições precárias de trabalho e salários irrisórios, menores inclusive que os dos homens, que já ganhavam pouco.
Com o aumento no número de trabalhadores, vieram os problemas e as crises entre patrôes e empregados, e consequentemente o surgimento de greves, que reivindicavam condições de trabalho melhores e salários dignos.
Nesse momento as feministas iniciaram uma luta ferrenha a favor da equiparação salarial, e do fim da exploração de mulheres e crianças.
Mas, apesar de todo o apreço pelos novos maquinários, a produção artesanal não deixou de existir completamente, e os artesãos e alfaiates costumavam atrair um público fiel, que podia pagar mais caro por peças mais exclusivas e pelo atendimento personalizado. Os judeus eram maioria nesse tipo de comércio.
Já no século XX os Estados Unidos passaram a investir na produção de roupas voltadas para a classe média, ajudando na criação de novos estilos, e graças a industrialização, roupas com custo menor, mais acessíveis.
A indústria têxtil no Brasil
Que o Brasil é um grande produtor não só de tecidos como também de moda, todos sabemos. Mas abaixo vamos contar um pouco mais como se deu esse início e o que esperamos do mercado na atualidade.
História da indústria têxtil no Brasil
Desde o tempo do reinado, muitas mudanças ocorreram na indústria têxtil brasileira, e um dos grande exemplos disso foi a criação da Tarifa Alves Branco, que causou muitos problemas com alguns países europeus, já que aumentou em 20 a 60% as taxas de importação de produtos manufaturados, mas que em contrapartida, serviu para dar um enorme incentivo a produção têxtil no país.
Produção essa que começou de forma lenta, na verdade fomos um dos últimos países a investir na área. Somente entre 1844 e 1913, a fase de implantação teve início.
Como os Estados Unidos passavam por um período de guerra, aumentamos a produção, contando principalmente com a enorme lavoura algodoeira, que fez com que obtivéssemos o insumo em preços melhores do que se fosse necessário importar, e pudéssemos vender mais, ampliando assim o número de fábricas, que passou de acanhados cinco mil para setenta e oito mil até o ano de 1914.
Desafios e oportunidades para a indústria têxtil brasileira
Para iniciarmos esse tópico, vamos aos dados oferecidos pela ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil): a indústria têxtil é responsável por quase 17% dos empregos formais oferecidos no país, nós somos o quarto maior produtor de malhas e denim do mundo, e, referência internacional em moda praia. Somos também a maior e mais completa cadeia têxtil do Ocidente.
Com a modernização dos processos de fabricação, o Brasil conseguiu chegar perto de outros países fabricantes, mesmo que com atraso, somos responsáveis por quase 3% da produção têxtil mundial.
Outro ponto a ser considerado é que o setor oferece atualmente ainda mais vagas de empregos graças às inovações que o mercado vem apresentando, como a nanotecnologia, o cuidado cada vez maior com a questão da sustentabilidade, os processos de impressão digital em tecidos, e o interesse cada vez maior da população nesse setor.
Quais são os principais desafios enfrentados pela indústria têxtil atualmente?
O fato mais impactante no mundo têxtil foi a Revolução Industrial, mas não podemos deixar a Globalização de fora desse universo, já que as estruturas precisaram se adaptar aos novos tempos em ambas as situações.
O mercado da moda recebe diariamente novos mecanismos, insumos para produção de tecidos, modelagens cada vez mais diferentes e atuais, e, graças a nanotecnologia, novas formas de trabalhar o tecido, seja com impressão, corte a laser, estamparia e bordados.
O empresariado brasileiro não pode ficar de fora desse avanço, para não correr o risco (grande) de ficar obsoleto no mercado.
Investir em tecnologia, em profissionais capacitados, oferecer condições dignas de trabalho, e buscar estar sempre um passo à frente de todas as tendências mundiais fará com que um empreendimento não só se mantenha firme, como também tenha chances reais de crescimento e aceitação por parte dos consumidores, que são os mais importantes nessa cadeia.
O consumidor atual não aceita trabalhadores em situações semelhantes a escravidão, como já foi noticiado. Ele busca por marcas que sejam sustentáveis, que não agridam ao meio ambiente, e, se possível, compensem a emissão do carbono.
Ter em mente que a moda hoje é mais do que simplesmente modelagens de roupas e tecidos especiais é fator fundamental para quem quer se manter ou começar a investir no ramo.
Quais são as tendências e inovações recentes na indústria têxtil
Hoje temos a chamada indústria 4.0, que é o nome dado a Quarta Revolução Industrial,
que tem como maiores motes a tecnologia da informação e a robótica.
Nesse momento temos quatro fatores importantes na área têxtil, a IoT (inteligência das coisas), sustentabilidade, nanotecnologia e impressão digital têxtil. Esses são poderosos aliados e também a tendência mundial para o mercado.
O desenvolvimento de maquinário que pode executar uma peça do início ao fim sem a necessidade do trabalho manual, ou desgaste físico é a evolução a nossa porta.
Mas nem por isso deixamos de precisar de pessoas, cada vez mais.
Só que agora passamos a utilizar o que cada um pode oferecer de melhor, explorar o potencial de cada colaborador na criação e controle desse tipo de tecnologia, ao passar adiante as informações necessárias para que operem essas maravilhas robóticas e na criação e estamparia de peças, de forma que o ecossistema saia ileso no processo.
Investir, criar, inovar e se manter sempre atualizado são os desafios que os investidores precisam transpor para obter sucesso!